domingo, janeiro 07, 2007

Modalidades2: A terrível poluição provocada pelo Lisboa-Dakar 2007

As emissões de dióxido de carbono (CO2) associadas ao combustível gasto no Dacar 2007 totalizam 3.625 toneladas e poderiam ser compensadas plantando 620 hectares de floresta, ou seja, uma área semelhante ao território de Gibraltar. Isto contabilizando apenas as emissões das viaturas durante a competição, pois os números seriam maiores se fossem equacionados outros aspectos, caso do CO2 produzido pelas deslocações dos espectadores que vão assistir ao arranque da prova. A "pegada carbónica", como é designada, foi calculada pela entidade Carbono Zero, a pedido da agência “Lusa”, e teve por base os gastos de combustível previstos pela organização do Dacar e divulgados na sua página na Internet. Segundo o sítio da prova, tal como em 2006, este ano serão gastos 600 mil litros de Jet A1 pelos aviões, 250 mil litros de Avgas pelos carros, 500 mil litros de gasóleo pelas diversas viaturas ligadas à prova e 140 mil litros de fuel pelos helicópteros. No caso dos helicópteros, a Carbono Zero (uma infra-estrutura da EValue - Estudos e Projectos de Ambiente e Economia) considerou que o combustível utilizado será querosene, uma vez que "fuel" é uma designação muito genérica. De salientar que, além do CO2, outros gases com efeito de estufa - metano e óxido nitroso - são emitidos durante o funcionamento dos motores de combustão interna, embora em níveis mais reduzidos, não tendo estes integrado o cálculo efectuado. De acordo com Maria João Gaspar, da Carbono Zero, "para compensar as 3.625 toneladas de CO2 emitido seria necessária, em média, a capacidade de sequestro [absorção] de dióxido de carbono de 620 hectares de floresta durante um ano". Este é um valor médio, "uma vez que a capacidade de sequestro de carbono de uma área florestal depende fortemente de diversos factores, como as espécies existentes e as características dos solos e do clima do local", esclareceu ainda a responsável. Ao mesmo tempo que procura compensar as emissões de dióxido de carbono através da plantação de árvores, a Carbono Zero aconselha que "sejam escolhidas apenas espécies autóctones" e exclui "todas as que são consideradas invasoras", explicou também Maria João Gaspar.

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