Videoxoque: A execução de Saddam Hussein
O Governo iraquiano ordenou a abertura de um inquérito à forma como decorreu a execução de Saddam Hussein, em particular para saber quem gravou o vídeo que mostra o enforcamento, cuja divulgação está a gerar uma onda de indignação dentro e fora do país.
"Será aberto um inquérito para determinar quem filmou, com o seu telemóvel, o vídeo da execução", afirmou uma fonte próxima do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, em declarações à AFP.
Horas depois do enforcamento, na madrugada de sábado, a televisão nacional iraquiana divulgou um vídeo autorizado, sem som, no qual se via o antigo Presidente iraquiano ser conduzido até ao cadafalso, mas a execução não era mostrada.
Na manhã seguinte, contudo, a televisão árabe Al-Jazira divulgou uma gravação feita por uma das testemunhas da execução, com recurso a um telemóvel e, horas depois, as imagens foram postas a circular, na íntegra, na Internet.
Ao contrário do vídeo autorizado, a gravação revela que a execução decorreu de forma agitada, com várias das testemunhas a insultarem o antigo ditador iraquiano, gritando o nome do líder radical xiita, Moqtada al-Sadr, cujo pai foi mandado matar por Saddam. Aparentando alguma calma, o antigo Presidente iraquiano responde: "É isto que vocês consideram humanismo?".
No vídeo é também possível ouvir os apelos à calma lançados por alguns dos presentes, segundos antes de o cadafalso se abrir. Na sequência seguinte, é filmado o corpo já sem vida de Saddam.
Segundo fontes iraquianas, o Governo pretende também apurar quem foram os autores dos insultos contra Saddam que, segundo o procurador iraquiano presente, estiveram prestes a impedir a execução. Questionado pela AFP, um porta-voz do dirigente xiita negou qualquer responsabilidade no sucedido, afirmando que se tratou de "reacções pessoais" das testemunhas.
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